Percepção da paisagem topográfica e comunicação gráfica em geoprocessamento
Rio de Janeiro, XXIII Congresso Brasileiro de Cartografia, 21-24 out., 2007. p. 1-10 . – Ano 2007
Autores desta publicação
- LEITE, Débora Veridiana Brier – Débora Veridiana Brier Leite - Ex-Bolsista IC CNPq
- MOURA, Ana Clara Mourão – Prof. Ana Clara Mourão Moura - COORDENADORA
- AVELAR, Clarissa Sapori
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Resumo da publicação
Os recursos de geoprocessamento, tecnologia cada vez mais presente entre as ciências que lidam com dados espaciais como a geografia, a geologia, as ciências ambientais, a arquitetura, a engenharia civil e a cartografia entre outros, se tornou essencial como técnica poderosa de análise de elementos e representação da paisagem topográfica. As representações cartográficas digitais têm facilitado significativamente as análises espaciais. Contudo, torná-las mais reais é uma presente dificuldade nos estudos deste âmbito, pois espaço representado e espaço percebido nem sempre coincidem com o espaço real. O estudo da percepção espacial adquire então um fator relevante para entender as relações corpo/espaço e aprimorar técnicas de representação de elementos espaciais. A pesquisa buscou estudar como se dá a percepção espacial, como ela varia ao longo do tempo e da cultura, e se há fatores que podem facilitar sua compreensão. O objetivo é promover a comunicabilidade das representações digitais geradas com os recursos do geoprocessamento, identificando cuidados que resultem em melhoras nas técnicas de representação cartográfica. A partir destes estudos foram elaborados testes e aplicados em diferentes grupos de usuários. Os testes consistem na criação de modelos digitais de elevação de pontos expressivos no ambiente natural e urbano da cidade de Belo Horizonte e sua região, em diferentes escalas (local, municipal e regional) além da navegação virtual nesses mesmos pontos (como auxílio no entendimento para quem nunca esteve no ponto escolhido). A partir dessas representações são observadas as percepções da topografia pelo indivíduo e como ele estabelece a relação entre a representação cartográfica/ topográfica e a realidade espacial. Os resultados previamente confirmados indicam uma predominância em relação ao tipo de representação de maior comunicabilidade para os usuários. Observam-se também as dificuldades observadas nesses usuários em associar a representação cartográfica à realidade correspondente, pois os modelos são criados por pessoas das áreas de estudo relacionadas às ciênciais espaciais (geógrafos, cartógrafos, arquitetos, entre outros) que têm um olhar mais aguçado para compreensão da paisagem, diferentemente dos indivíduos leigos. Os resultados obtidos confirmaram o caráter exclusivo de percepção espacial pertencente a cada indivíduo, porém é importante ressaltar que os recursos de representações cartográficas e topográficas ajudam significativamente na compreensão do mesmo e as limitações podem ser corrigidas através de proposições de ajustes, que estudos específicos como o proposto poderá elucidar.
Abstract (english text)
The geoprocessing resources, a technology that is more and more present among the sciences that deal with spatial data such as geography, geology, environmental science, architecture, civil engineering and cartography among others, have become an essential powerful technique in analyzing the elements and in representing the topography landscape. The digital cartographic representations have made the spatial analysis significantly easier. However, making them more real is a difficult task in the studies in this area, because represented space and perceived space not always match with the real space. This way, the study of spatial perception acquires a relevant factor to understand the relation body/space and to improve the representation techniques regarding the spatial elements. The research studied how the spatial perception occurs, how it varies throughout the time and the culture, and if there are factors to facilitate its understand. The goal is to promote the communication of the digital representation generated with the geoprocesing resources, identifying procedures that result in improvements in the cartographic representation techniques. From this study on, tests were elaborated and applied in different groups of users. The tests consist in creating digital elevation models of expressive points in the natural and in the urban environment of the city of Belo Horizonte and its regions, in different scales (local, municipal and regional) besides the virtual navigation in these very points (to help, those who have never been to the chosen points to understand). From these representations, the perception of the topography by the individual and how he establishes the relation between the cartographic/topographic representation and the spatial reality are observed. The results, previously confirmed, indicate the predominance in relation to the type of representation with higher communicability to the users. It is also observed the difficulties that these users have in associating the cartographic representation to the corresponding reality, because the models are created by the people in the areas of study related to the spatial sciences (geographers, cartographers, architects, among others) who have better eyes to comprehend the landscape, different from no expert individuals. The results obtained confirmed the exclusive aspect of spatial perception of each individual, however, it is important to highlight that the topographic and cartographic representation help the understanding by the individual significantly and the limitations might be corrected through the proposition of adjustments that specific studies like the one proposed here can emphasize.